A essência da salvação anunciada a Sião é dada numa mensagem que manifesta a presença definitiva do Senhor: “Reina o teu Deus!” (Is 52,7) e “todos os confins da terra hão de ver a salvação que vem do nosso Deus” (Is 52,10), prelúdio ao instaurar-se do Reino de Deus com o Menino Jesus que nasce em Belém.
O importante na Profecia de Isaias é o fato que a presença do Senhor será constatada, documentada por testemunhas oculares: “Verão com os próprios olhos o Senhor voltar a Sião” (Is 52,8), como depois confirma solenemente São João: “E nós contemplamos a sua glória, glória que recebe do Pai como Filho unigênito, cheio de graça e verdade” (Jo 1,14).
Lá em Belém muitas foram as testemunhas oculares de tão grande acontecimento, das quais mais do que o nome conhecemos a humildade - por ser pastores - e a fé.
Para nós é suficiente saber que elas são as primeiras testemunhas de Cristo Verbo Encarnado.
No Natal do Senhor celebramos, no Mistério da Encarnação, além do dado de Fé, uma verdade histórica que nos acompanha ao longo dos séculos, marcando o tempo e a História, estabelecendo a “plenitude dos tempos” no sentido mais profundo, fixando o que é “antes de Cristo” e o que é “depois de Cristo”.
A História, de fato, é em função de Cristo, ao serviço de Cristo.
Aquele que o Pai nos envia é realmente o Senhor do tempo e da História porque “sustenta o universo com o poder de sua palavra” (Hb 1,3) e a Quem todos são sujeitos, incluindo os anjos: “Todos os anjos devem adorá-Lo” (Hb 1,6).
Ele que é o Senhor do tempo e da História é tal porque já “No principio era a Palavra, e a Palavra estava com Deus; e a Palavra era Deus” (Jo 1,1).
A Palavra que se fez carne e habitou entre nós – Jesus Cristo – nos permite de ser admitidos ao Mistério de Deus não por um conhecimento ou um esforço pessoal, mas por uma participação do mesmo Mistério pela Fé, dando-nos a “capacidade de tornar-nos filhos de Deus” (Jo 1,12), concedendo-nos de ver realizado o máximo desejo do homem: ver a Deus.
“A Deus, ninguém jamais viu: o Filho Unigênito, que é Deus e que está na intimidade do Pai, Ele o revelou” (Jo 1,18).
O Natal, encontro do Mistério de Deus com o Mistério do homem, é a revelação do Filho pelo Pai e também a revelação do Pai pelo Filho.
Padre Ausilio Chessa
