1)
A realeza de Cristo supera o conceito humano de realeza porque neste campo o divino não pode ser comparável ao humano – por si mesmo relativo - e porque o poder de Cristo “é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá” (Dn 7,14).
É uma realeza reconhecida por todos os povos como necessária: “Todos os povos, nações e línguas o serviam” (Dn 7,14), porque já é reconhecido o poder sobre a Criação: “Vós firmastes o universo inabalável” (Sl 92[93],1a).
Desta realeza somos parte porque Cristo “Fez de nós um reino, sacerdotes para seu Deus e Pai” (Ap 1,6), constituídos em dignidade.
O Catecismo da Igreja Católica esclarece: “O Povo de Deus participa enfim da função régia de Cristo. Cristo exerce sua realeza atraindo para si todos os homens por sua morte e sua Ressurreição. Cristo, Rei e Senhor do universo, se fez o servo de todos, não veio “ para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,28). Para o cristão “reinar é servir” Cristo, sobretudo nos pobres e nos sofredores, nos quais a Igreja reconhece “a imagem do seu Fundador, pobre e sofredor”. O Povo de Deus realiza sua “dignidade régia” vivendo em conformidade com esta vocação de servir com Cristo” (n. 786).
Certa maneira, associados à realeza de Cristo, exercemos esta dignidade “servindo” a nós mesmos segundo quanto São Leão Magno nos ensina: “Não será, na verdade, função régia o fato uma alma, submetida a Deus, governar seu corpo?” (Serm. 4,1: PL 54,149).
2)
A humanidade diante da majestade de Cristo Rei do Universo reconhece a própria insuficiência e os próprios pecados: “Todas as tribos da terra baterão no peito por causa dele” (Ap 1,7) e ao mesmo tempo é atraída pela verdade, na qual si identifica, verdade pela qual “escuta a voz do Senhor” (Jo 18,37).
Somente Jesus é rei porque somente Ele pode “dar testemunho da verdade” (Jo 18,37) e porque é o “a Via, a Verdade e a Vida” (Jo 14,6).
Padre Ausilio Chessa
