A PROVIDÊNCIA, AS MÃOS DE DEUS SEMPRE LANÇADAS PARA NÓS
A Criação é “em estado de caminhada” para uma perfeição ultima: a Divina Providência é dada pelas disposições segundo as quais Deus conduz sua criação para esta perfeição[1].
São Tomás de Aquino afirma que este devir permite, no desígnio de Deus, juntamente com as construções da natureza, também as destruições[2]. Temos desta maneira uma resposta às perguntas sobre o mistério do mal físico e das catástrofes naturais, superando todo fatalismo.
Podemos ver também no “estado de caminhada” da Criação uma purificação continua e “ascese” depois do pecado original, para a plenitude dos “novos céus e terra nova”[3] que formarão a nova Criação.
Submetendo a terra e dominando-la[4], os homens são “cooperadores de Deus”[5] e de seu Reino[6]: a Providência não é estranha às realidades humanas
“Deus, em sua providência todo-poderosa, pode extrair um bem das conseqüências de um mal, mesmo moral, causado por suas criaturas:
‘Não fostes vós, diz José a seus irmãos, que me enviastes para cá, foi Deus; (...) o mal que tínheis a intenção de fazer-me, o desígnio de Deus o mudou em bem a fim de (...) salvar a vida de um povo numeroso’[7].
É por meio da Providência que nós entendemos, na nossa liberdade e vontade, de ter um poder limitado sobre a nossa vida, que está nas mãos de Deus:
“Quem de vós pode prolongar a duração da própria vida?” [8].
A consciência deste poder limitado é porque o nosso “corpo é santuário do Espírito Santo”[9]. São Paulo afirma: “E, portanto, ignorais também que vós não pertenceis a vós mesmos?
No Pai Nosso invocando “Dai-nos o pão de cada dia” nós experimentamos a nossa limitação diante de Deus: precisamos d´Ele para manter-nos em vida.
E reconhecemos que Deus opera sempre para o nosso bem.
Padre Ausilio Chessa
[1] Catecismo da Igreja Católica, 302
[2] Sto Tomás de Aquino, S. Gent. III,1 – Cat. Igr. Católica 310
[3] Is 65,17; 2Pd 3,13
[4] Cfr. Gn 1,26-28
[5] 1Cor 3,9
[6] Cfr. Cl 4,11
[7] Gn 45,8; 50,20
[8] Mt 6,27
[9] 1Cor 6,19
