O terceiro canto do Servo nos apresenta a obediência à palavra de Deus: “Não lhe resisti nem voltei atrás” (Is 50,5), como o inicio do caminho de sofrimentos na certeza da assistência divina: “Porque sei que não serei humilhado. Ao eu lado está quem me justifica” (Is 50, 7.8).
É quanto se realizará em Jesus quando Ele afirma: “Que o Filho do Homem devia sofrer muito...devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias” (Mc 8, 31).
A dureza destas palavras – não bem acolhidas por Pedro – confirma a dramaticidade daquelas de Isaias: “Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas” (Is 50,6).
Jesus,respondendo a Pedro, nos demonstra que o pensar humano não aceita a Palavra na sua radicalidade, em particular quando exige o nosso consenso de fé dado como renuncia ao o que somos: “Tu não pensas como Deus, e sim como os homens” (Mc 8,33).
Esta afirmação de Jesus bem pode-se aplicar na Carta de São Tiago quando ao irmão necessitado se responde: “Ide em paz, aquecei-vos” e «“Comei à vontade”, sem dar-lhes o necessário para o corpo» (Tg 2,16), tornando vã a fé porque não acompanhada pelas obras: não pensada nem vivida como Deus, e sim mera aparência humana.
A primeira exigência em relação com a Palavra é a nossa submissão como ato de fé que reconhece nela a verdade absoluta e a manifestação da vontade salvífica de Deus.
O “pensar como Deus” – segundo Deus, conforme sua vontade - que Jesus nos lembra, é a finalidade da Palavra para divinizar-nos e para ser dignos de ser filhos adotivos.
Pensar “segundo Deus”, ou seja seguindo-Lo, é o método ordinário do discipulado, que comporta a “renuncia a si mesmo” como demonstração do Sumo Bem encontrado, para nós Cristo Mestre, renuncia que deve acompanhar o proclamar que Ele é o Messias.
Pensar “segundo Deus” é pensar conforme Cristo, “perder a vida por causa d´Ele e do Evangelho” (Mc 8,35), como Ele, obedecendo ao Pai, carregou a cruz, morreu para nós e salvou a vida ressuscitando.
Padre Ausilio Chessa
