1)
Depois da Comemoração dos Fiéis Defuntos e da Solenidade de Todos os Santos, neste XXXII Domingo o Primeiro Livro dos Reis (17,10-16) e a Carta aos Hebreus (9,24-28) nos oferecem elementos de reflexão sobre a morte para poder dar continuidade ao relativo mistério ao longo do mês de novembro, tempo ao qual devemos dedicar o nosso espírito voltado para as realidades eternas.
Quanto mais temos consciência que a vida é dom de Deus, tanto mais seremos a Ele reconhecidos do fato que, passando pela morte, com a ressurreição dos corpos esperamos de ser admitidos na sua presença.
Desta maneira, a morte é a conditio sine qua non pela qual é possível ingressar na vida eterna confiantes em Deus: é a serena espera da viúva de Sarepta, que nos acompanha idealmente ao Golgota com Jesus que eleva ao Pai: “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46).
Este abandono e confiança em Deus, considerando a morte como inelutável, nos permite de enfrentar as dificuldades da vida certos da divina Providencia, como a viúva de Sarepta: “A vasilha de farina não acabará e a jarra de azeite não diminuirá” (1Rs 17,14).
2)
A certeza – a historicidade - da morte de Cristo dá sentido à nossa morte: “O destino de todo homem é morrer uma só vez” (Hb 9,27), como a certeza e a historicidade da ressurreição do Crucificado confirmam a fé e a esperança sobre a nossa ressurreição.
A nossa morte se abre no horizonte da morte e da ressurreição de Cristo, horizonte de misericórdia: “Cristo, oferecido uma vez por todas, para tirar os pecados da multidão” (Hb 9,28) e de salvação: “Salvar aqueles que o esperam” (id).
A certeza de dever morrer nos obriga a pensar sobre o nosso destino, relacionado com as realidades últimas, para poder dar um maior sentido à nossa existência, que é tal se é projetada para o além.
3)
A viúva que deposita duas pequenas moedas no cofre das esmolas do Templo, que “ofereceu tudo aquilo que possuía para viver” (Mc 12,44), é a imagem de como devemos considerar a nossa vida, não apegando-nos aos bens.
De fato, a viúva na oferta das duas moedas – que é tudo – oferece a Deus toda si mesma e toda a sua vida: não tem medo da morte, assim como a viúva de Sarepta, porque sua vida está nas mãos de Deus.
É a imagem da Igreja, pobre para tornar-se enriquecida somente de Cristo.
Padre Ausilio Chessa
